Principais destaques:
O Bitcoin mostra força em meio às tensões no Oriente Médio e à alta nos preços do petróleo.
Os fluxos para ETFs de BTC spot e o mercado de derivativos em posição neutra indicam confiança constante no mercado.
O Bitcoin (BTC) recuperou o nível de US$ 108.000 nesta segunda-feira, após retestar o suporte de US$ 104.000 no fim de semana. Os ganhos ocorreram em meio à eclosão de conflitos no Oriente Médio e à redução das expectativas de cortes de juros nos Estados Unidos, sinalizando maior confiança no potencial de valorização do Bitcoin.
O sentimento dos traders permaneceu estável apesar do agravamento do cenário socioeconômico, como mostram as métricas do mercado de derivativos do Bitcoin.
O prêmio dos futuros de Bitcoin atingiu 5% nesta segunda-feira, o patamar básico para mercados neutros. Esses contratos mensais geralmente são negociados com um prêmio de 5% a 10%, devido ao prazo mais longo de liquidação. Apesar de estar abaixo dos 8% registrados no fim de maio, houve pouca reação durante o reteste dos US$ 101.000 em 5 de junho, o que indica resiliência do mercado.
Os fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin spot listados nos EUA registraram US$ 301,7 milhões em entradas líquidas na sexta-feira, e o anúncio da Strategy de uma compra adicional de US$ 1,05 bilhão na segunda-feira ajudou a amenizar as preocupações dos traders sobre uma possível recessão econômica e os efeitos negativos do conflito envolvendo o Irã, um dos maiores produtores de petróleo do mundo.
Os preços do petróleo dispararam inicialmente no domingo, com os contratos futuros do West Texas Intermediate (WTI) atingindo US$ 78 antes de recuarem. Na segunda-feira, os futuros do WTI caíram para cerca de US$ 71,50 por barril, movimento que coincidiu com um ganho de 1,5% nos futuros do Nasdaq. Segundo o Yahoo Finance, os participantes do mercado esperam uma redução das tensões no Oriente Médio.
Bitcoin enfrenta obstáculos com os custos de energia e o adiamento dos cortes de juros pelo Fed
O caminho para o Bitcoin recuperar os US$ 110.000 pode ser mais desafiador do que o esperado, já que alguns analistas apontam o risco da alta nos preços de energia. Philippe Gijsels, diretor de estratégia do BNP Paribas Fortis, disse à CNBC nesta segunda-feira que “a reação do mercado foi muito modesta, então há espaço para decepção caso a situação se agrave”.
Além das preocupações com os mercados de energia, a crescente incerteza também está reduzindo a probabilidade de que o Federal Reserve dos EUA corte as taxas de juros. A pressão inflacionária crescente levou os traders a precificar uma chance de 63% de que o Fed mantenha as taxas em 4% ou mais até novembro, em comparação com 56% há um mês, segundo o CME FEDWatch.
A crescente confiança dos traders de Bitcoin também ficou evidente no mercado de opções de BTC, onde a inclinação delta de 25% (put-call) caiu para uma posição neutra de 1% nesta segunda-feira, após atingir 6% no domingo. Leituras acima de 5% são geralmente vistas como sinal de baixa, refletindo maior demanda por opções de venda protetoras por parte de formadores de mercado e mesas de arbitragem.
O Bitcoin está sendo negociado apenas 4% abaixo da máxima histórica de US$ 111.965 registrada em 22 de maio, apesar da incerteza crescente e dos temores de recessão, enquanto as métricas de derivativos permanecem neutras. Esse cenário favorece uma valorização adicional dos preços, já que os ursos não conseguiram provocar pânico mesmo diante do agravamento das tensões globais.
Ed Yardeni, da Yardeni Research, observou nesta segunda-feira que o presidente dos EUA, Donald Trump, “não parece tão disposto a recuar da guerra comercial quanto se esperava”, acrescentando que o debate sobre tarifas está longe de terminar.
Em última análise, o caminho do Bitcoin até US$ 112.000 segue fortemente ligado à redução das incertezas relacionadas a tarifas, independentemente dos desdobramentos no Oriente Médio.
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